Procrastinar, que é transferir para outro dia aquilo que poderia ser feito hoje, parece ser uma ação de fuga usada por várias pessoas, que não perceberam, ou não se deram conta de que a vida pode parar neste exato momento.
Alexander Lowen em seu livro: “Medo da vida” argumenta que essas
pessoas são aquelas que têm medo da morte. Isso é muito real para muitas
pessoas, contudo, de nada adianta o medo, quando sabemos que um dia isso irá
acontecer inevitavelmente.
As pessoas que já incorporaram
essa ideia vivem melhores do que aquelas que ainda não aceitaram as regras do
jogo da existência.
Adiar decisões, por medo do que
será de si, é o mesmo que viver morrendo todos os dias.
Maria Moura, personagem principal
do Romance: “Memorial de Maria Moura”
de Rachel de Queiroz, diz uma frase que alivia as pessoas que resolveram
decidir por um novo caminho: “Vou lá de
qualquer jeito. Se tiver que morrer... Morro e pronto. Mas se eu não for,
morrerei muito mais”.
Assim, todo indivíduo que decide
fazer algo para si, ou seja, decide tomar uma decisão difícil, sabe também que
em toda escolha está implícito a ideia da morte, pois quando se assume esta
decisão verdadeiramente, algo morre dentro da pessoa, algo se perde nunca só se
ganha.
Adiar decisões, por medo do que
será de si, é o mesmo que ser refém de algo que não controlamos de forma
absoluta, se é que podemos ter o controle absoluto de algo em nossas vidas.
Santo André – 02 de agosto de 2013 – Inverno – 17h30min